1. Vida de santificação
O cristão é chamado a consagrar a
Deus todos os aspectos de sua vida. Como está escrito: “Por isso, cingindo o
vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está
sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos da obediência, não vos
amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo
contrário, segundo é santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós
mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque
Eu sou santo” (1Pe 1:13-16). Ao fazer a vontade do Mestre, “precisamos chegar
ao ponto de reconhecer plenamente o poder e a autoridade da Palavra de Deus,
quer ela concorde ou não com nossas opiniões preconcebidas. Temos um perfeito
livro-guia. O Senhor nos falou a nós; e, sejam quais forem as conseqüências,
devemos receber Sua Palavra e praticá-la na vida diária. De outro modo
estaremos escolhendo nossa própria versão do dever e fazendo exatamente o
oposto daquilo que nosso Pai celestial nos mandou fazer” (Ellen G. White,
Manuscrito 148, 1902; ver Medicina e Salvação, p. 255, 256).
2. Crescimento
espiritual
3. Pureza moral
Todo filho e filha de Deus devem
conservar puro o coração e a mente (Sl 24:3, 4; 51:10), seguindo o modelo de
Cristo: “E a si mesmo se purifica todo o que nEle tem esta esperança, assim
como Ele é puro.” (1Jo 3:3). O cristão deve evitar e rejeitar tudo que possa
poluir sua mente e sua vida, levando-o a pecar. Duas exortações de Paulo servem
para nortear suas escolhas: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra
coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31); “Finalmente,
irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é puro,
tudo que é amável, tudo que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum
louvor existe, seja isto que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4:8).
4. Recreação e mídia
Seguindo o princípio da pureza
moral, o cristão deve evitar livros e revistas, programas de rádio, televisão,
internet ou qualquer outro tipo de mídia, jogos ou equipamentos modernos cujo
conteúdo possa poluir sua mente e coração. Deve-se evitar tudo que induza ao
mal e promova violência, desonestidade, desrespeito, adultério, pornografia,
vícios de toda sorte, descrença, uso de palavrões e linguagem obscena, entre
outras coisas. O cristão não pode conformar-se aos valores comuns de um mundo
profundamente corrompido pelo pecado, mas deve ser transformado pelo Espírito,
renovando sua mente a fim de experimentar “a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus” (Rm 12:2; ver também 1Jo 2:15-17). Certos lugares públicos de diversão
tais como estádios esportivos, teatros e cinemas, em sua programação habitual,
são inapropriados para o cristão adventista. Vários fatores contribuem para
essa avaliação negativa por parte da Igreja, dentre eles:
A falta de controle sobre o
conteúdo que é apresentado ou o evento que está ocorrendo;
A psicologia de massa que muitas
vezes leva alguém a seguir em uma direção que de outro modo não o faria;
O fato de todo o ambiente ser
planejado para potencializar o impacto sobre o indivíduo e sua mente,
facilitando a aceitação, geralmente imperceptível, de idéias e valores
contrários à fé cristã;
O tempo e os recursos financeiros
gastos nessas diversões que poderiam ser utilizados para outros fins mais
condizentes com a fé e os propósitos de vida de um cristão;
O testemunho negativo que a
freqüência a esses lugares pode deixar na mente de membros e não membros da
igreja. O conselho de Ellen White aos jovens acerca do teatro, no seu tempo,
parece ainda mais pertinente hoje para todos os lugares de diversão: “Entre os
mais perigosos lugares de diversões, acha-se o teatro. Em vez de ser uma escola
de moralidade e virtude, como muitas vezes se pretende, é um verdadeiro foco de
imoralidade. Hábitos viciosos e propensões pecaminosas são fortalecidos e
confirmados por esses entretenimentos. Canções baixas, gestos, expressões e
atitudes licenciosos depravam a imaginação e rebaixam a moralidade. Todo jovem
que costuma assistir a essas exibições se corromperá em seus princípios. [...]
O amor a essas cenas aumenta a cada condescendência, assim como o desejo das
bebidas alcoólicas se fortalece com seu uso. O único caminho seguro é
abster-nos de ir ao teatro, ao circo e a qualquer outro lugar de diversão
duvidosa” (Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 380).
A dança e os ambientes sociais
como boates e outras casas noturnas são contrários ao princípio da pureza
cristã, uma vez que excitam as paixões humanas, a luxúria e sedução. A dança é
ainda comumente acompanhada do estímulo ao uso de bebidas alcoólicas, de
drogas, da prática de violência e comportamento desenfreado. Sua promoção e
prática não se harmonizam com os princípios cristãos adventistas, nem mesmo em
um contexto particular, residencial, ou em atividades espirituais e sociais
realizadas pela igreja.
A recreação através da música,
seja ela religiosa ou não, também deve passar pelos critérios bíblicos da
glorificação a Deus e qualidade do material em questão. Uma discussão detalhada
desse assunto tão importante aparece nos documentos: “Filosofia Adventista do
Sétimo Dia com Relação à Música”; e “Orientações com Relação à Música para a
Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul”, que você acessa clicando
aqui.
5. Vestuário.
O vestuário cristão é claramente
orientado nas Escrituras pelo princípio da modéstia e da beleza interior que
implicam bom gosto com decoro. Os Adventistas do Sétimo Dia creem que os princípios
acerca do vestuário que aparecem em 1 Timóteo 2:9 e 10 e 1 Pedro 3:3 e 4, em
relação às mulheres cristãs, se aplicam tanto a homens como a mulheres. O
cristão deve se vestir com modéstia, decência, bom-senso, evitando a
sensualidade provocativa tão comum da moda, e sem ostentação de “ouro, pérolas
ou pedras preciosas, ou vestuário dispendioso” (1Tm 2:9).
Esse princípio deve aplicar-se
não apenas a roupas, mas a todas as questões que envolvem a aparência pessoal e
seus enfeites. Tudo deve evidenciar a riqueza do “homem encoberto no coração;
no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de
Deus” (1Pe 3:4). “O caráter de uma pessoa é julgado pelo aspecto de seu
vestuário. Um gosto apurado, um espírito cultivado, revelar-se-ão na escolha de
ornamentos simples e apropriados. [...] É justo amar e desejar a beleza; Deus,
porém, deseja que amemos e procuremos primeiro a mais alta beleza – aquela que
é imperecível. As mais seletas produções da perícia humana não possuem beleza que
se possa comparar com a beleza do caráter, que à Sua vista é de grande preço”
(Ellen G. White, Educação, p. 248, 249).
6. Jóias e ornamentos
Os princípios bíblicos da
modéstia e da beleza interior, que aparecem em 1 Timóteo 2:9 e 1 Pedro 3:3,
deixam bem claro que o cristão deve abster-se do uso de joias e de outros
ornamentos, como bijuterias e piercing, e de tatuagens (Lv 19:28). Segundo a
exortação bíblica, o cristão deve levar uma vida simples, sem ostentação,
evitar despesas desnecessárias e estar livre do espírito de competição tão
comum na sociedade. Esses princípios se aplicam às joias ornamentais. As joias
funcionais, usadas segundo o contexto sociocultural, também devem seguir os
mesmos princípios. Para o cristão, a autoestima e a valorização social estão
fundamentadas no fato de o ser humano ter sido criado à imagem de Deus (Gn
1:26, 27); de cada individuo ser dotado de dons e talentos que lhes são únicos
(Mt 25:14-29); e, sobretudo, por ele ter sido resgatado do pecado pelo mais
alto preço possível no Universo, o precioso sangue de Cristo (1Co 6:20).
A busca de autoestima e
valorização social por meio do uso de joias ou ornamentação externa conflita
com a profunda experiência cristã que Deus deseja para Seus filhos e filhas
(1Tm 2:9, 10; 1Pe 3:3, 4). Apesar de vários personagens bíblicos terem usado
joias, o texto bíblico deixa claro que o seu abandono caracteriza um movimento
de total reavivamento e reforma espiritual do povo de Deus (Gn 35:2-4; Êx 33:5,
6). É nesse contexto de reforma e reconsagração que os apóstolos Paulo e Pedro
apontam a norma a ser seguida pelos discípulos de Cristo. Para os Adventistas
do Sétimo Dia, essa norma deve ser ainda mais relevante, visto que nossa missão
como o Elias profético nestes últimos tempos significa também simplicidade no
vestuário (Mt 11:7-10; Mc 1:6; Lc 7:24-27). “Trajar-se com simplicidade e
abster-se de ostentação de joias e ornamentos de toda espécie está em harmonia
com nossa fé” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 366).
7. Sexualidade humana
A sexualidade humana é
apresentada na Bíblia como parte da imagem de Deus na humanidade (Gn 1:27), e
foi planejada por Deus para ser uma bênção ao gênero humano (Gn 1:28). Desde o
princípio, Deus estabeleceu também o contexto em que ela deve ser exercida – o
casamento entre um homem e uma mulher (Gn 2:18-25; Hb 13:4). A Bíblia deixa
claro que a sexualidade deve ser exercida com respeito, fidelidade, amor e
consideração pelas necessidades do cônjuge (Pv 5:15-23; Ef 5:22-33).
O fiel adventista deve evitar
também o jugo desigual, relacionando-se afetivamente e unindo-se em matrimônio
somente com alguém que compartilhe sua fé (2Co 6:14, 15). As Escrituras
claramente classificam como pecado as diferentes formas de sexo fora das
diretrizes divinas, como:
O sexo pré-marital e
a violência sexual (Dt 22:13-21, 23-29);
O adultério ou sexo
extraconjugal (Êx 20:14; Lv 18:20; 20:10; Dt 22:22; 1Ts 4:3-7);
A prostituição,
feminina ou masculina (Lv 19:29; Dt 23:17);
A relação com pessoas
da mesma família ou crianças (Lv 18:6-17; 20:11, 12, 14, 17, 19-21);
A relação entre
pessoas do mesmo sexo (Lv 18:22; Lv 20:13; Rm 1:26, 27);
O travestismo (Dt
22:5);
E a relação sexual
com animais (Lv 18:23; Lv 20:15, 16).
As Escrituras também condenam:
O assédio sexual (Gn
39:7-9; 2Sm 13:11-13);
O exibicionismo
sensual (Ez 16:16, 25; Pv 7:10, 11);
Manter pensamentos e
desejos impuros (Mt 5:27-28; Fp 4:8);
A impureza e os
vícios secretos, como a pornografia e a masturbação (Ez 16:15-17; 1Co 6:18; Gl
5:19; Ef 4:19; 1Ts 4:7).
O argumento comum de que muitos
desses comportamentos sexuais não eram aceitos na antiguidade, quando a Bíblia
foi escrita, mas que hoje são socialmente aceitos e, portanto, podem ser até
mesmo praticados pelos cristãos, demonstra falta de conhecimento da realidade entre
os povos vizinhos do antigo Israel. O próprio texto bíblico é bem claro nessa
questão. Levítico 18 diz que essas práticas eram comuns e aceitas no Egito e,
mais ainda, na terra de Canaã (Lv 18:3, 24, 25, 27).
Deus condenou essas práticas,
apesar de serem aceitas na antiguidade. Os israelitas deveriam viver segundo
outro modelo de comportamento sexual, ou seja, o que está explícito nos
mandamentos de Deus (Lv 18:4, 5, 26, 30). No entanto, para aqueles que sofrem
tentações ou que têm sucumbido em qualquer área do comportamento sexual, a
promessa de vitória em Deus é animadora: “Tudo posso nAquele que me fortalece”
(Fp 4:13); “não por força nem por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor
dos Exércitos” (Zc 4:6). “Os que põem em Cristo a confiança não devem ficar
escravizados por nenhuma tendência ou hábito hereditário, ou cultivado. Em
lugar de ficar subjugados em servidão à natureza inferior, devem reger todo
apetite e paixão. Deus não nos deixou lutar contra o mal em nossa própria,
limitada força. Sejam quais forem nossas tendências herdadas ou cultivadas para
o erro, podemos vencer mediante o poder que Ele está disposto a nos comunicar”
(Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 175, 176).
8. Saúde
O corpo humano é o templo do
Espírito Santo e o cristão deve glorificar a Deus em seu corpo (1Co 3:16, 17;
6:19, 20; 10:31). O cuidado do corpo e da saúde faz parte da restauração da
imagem de Deus no homem: “Deus deseja que alcancemos a norma de perfeição que o
dom de Cristo nos tornou possível. Ele nos convida a fazer nossa escolha do
direito, para nos ligarmos com os instrumentos celestes, adotarmos princípios
que hão de restaurar em nós a imagem divina. Na Sua palavra escrita e no grande
livro da natureza, Ele revelou os princípios da vida. É nossa obra obter
conhecimento desses princípios e, pela obediência, cooperar com Ele na
restauração da saúde do corpo bem como da alma” (Ellen G. White, A Ciência do
Bom Viver, p. 114, 115).
Em Sua Palavra, Deus deu
orientações claras acerca de comida (Gn 1:29; 3:18; 7:2; 9:3, 4; Lv 11:1-47;
17:10-15; Dt 14:3-21) e bebida (Lv 10:9; Nm 6:3; Pv 20:1; 21:17; 23:20, 29-35;
Ef 5:18). A dieta vegetariana é o ideal de Deus para o ser humano (Gn 1-3) e
também a abstinência de qualquer tipo de bebida alcoólica e de tudo que seja
prejudicial à saúde humana, como bebidas cafeinadas e drogas (Êx 20:13; 1Co
3:17; 6:19; 10:31). As boas coisas que Deus criou para o ser humano devem ser
usadas com equilíbrio e sabedoria (Pv 25:16, 27). As coisas más devem ser
totalmente evitadas.
Alimentação adequada e
abstinência de tudo que é prejudicial à saúde são dois dos oito remédios
naturais que Deus prescreveu para a manutenção de uma vida saudável e
equilibrada e para a cura de muitas doenças e sofrimento: “Ar puro, luz solar,
abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no
poder divino – eis os verdadeiros remédios. Toda pessoa deve possuir
conhecimentos dos meios terapêuticos naturais e da maneira de aplicá-los. [...]
Aqueles que perseveram na obediência à suas leis ceifarão galardão em saúde de
corpo e de alma” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 127).
Conclusão
As recomendações apresentadas
neste documento são conselhos e orientações a serem seguidos com oração, como
resultado de profundo relacionamento pessoal com Deus, na busca de suas
verdades e de sua presença na primeira hora de cada dia. Elas não devem ser
usadas como um elemento de crítica ou julgamento de outros, mas como apoio para
a vida pessoal. A Palavra de Deus e os conselhos divinos nos mostram como viver um estilo de vida que seja uma resposta de
amor à bondade, à graça e ao infinito amor de Deus por nós. O fruto do Espírito
deve permear todas as dimensões do nosso viver, proporcionando equilíbrio entre
os aspectos interiores do ser e os exteriores do fazer. O resultado disso será
nossa própria felicidade e bem-estar, e o desenvolvimento da nossa salvação em
todos os aspectos desejados por Deus. E, por fim, estaremos lançando uma das
bases fundamentais para o cumprimento de nossa missão profética, esperando em
breve ouvir dos lábios do próprio Jesus: “Bem está, servo bom e fiel. Sobre o
pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor” (Mt
25:21).